Setembro Amarelo: Por que sua empresa precisa cuidar agora dos fatores psicossociais (NR-1)
Saúde mental vai além de setembro: a importância da gestão contínua, a relação com os fatores de riscos psicossociais (NR-1) e o impacto da Síndrome de Burnout.


Setembro Amarelo e a Saúde Mental nas Empresas:
O Setembro Amarelo é o mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio e a importância do cuidado com a saúde mental. Mas não podemos limitar esse tema a uma campanha pontual. A saúde mental deve ser parte contínua da gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), pois influencia diretamente na produtividade, no clima organizacional e, principalmente, na vida das pessoas.
Mais do que divulgar mensagens de apoio, é fundamental que as empresas criem práticas efetivas: programas de escuta, ações de prevenção, acompanhamento de riscos psicossociais e um ambiente de trabalho saudável e acolhedor.
E aqui fica uma reflexão essencial:
Como está a saúde mental dentro da sua empresa hoje?
A Realidade Atual no Brasil
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os países com os maiores índices de ansiedade e depressão no mundo. Isso significa que, mesmo com tantos avanços em informação e campanhas de prevenção, ainda enfrentamos um cenário preocupante dentro e fora do ambiente corporativo.
Após a pandemia da Covid-19, esse quadro se intensificou. O isolamento social, as mudanças bruscas nas rotinas de trabalho, a pressão por resultados e a instabilidade econômica contribuíram para o aumento expressivo dos casos de transtornos mentais.
Vivemos também um paradoxo conhecido como a “cultura dos saudáveis”: nunca se falou tanto sobre hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física, produtividade e bem-estar — e, ao mesmo tempo, nunca tantas pessoas sofreram em silêncio com questões emocionais como ansiedade, depressão e burnout.
Esse contraste mostra que não basta falar sobre saúde física; é preciso incluir a saúde mental como prioridade dentro das empresas e da sociedade como um todo.
Saúde Mental e as Empresas
Quando falamos de saúde mental, não estamos tratando apenas de um tema humano e social, ele também traz impactos diretos para os negócios. Problemas emocionais dentro das equipes refletem nos resultados de forma silenciosa, mas significativa:
Absenteísmo: aumento nas faltas e afastamentos médicos relacionados a transtornos mentais.
Presenteísmo: colaboradores estão fisicamente presentes, mas com baixa concentração, produtividade e engajamento.
Turnover: a falta de suporte e um ambiente de trabalho desgastante elevam as taxas de rotatividade, aumentando custos com desligamentos e novas contratações.
Acidentes de trabalho: fadiga, estresse e distração estão entre os fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes, colocando em risco a segurança individual e coletiva.
Por isso, é essencial que a empresa assuma um papel ativo na prevenção e no cuidado com a saúde mental. Iniciativas como identificar fatores de risco psicossociais (conforme a NR-1), promover um ambiente saudável e oferecer apoio psicológico não são apenas boas práticas, são investimentos que trazem retorno em segurança, produtividade e engajamento.
O que diz a NR-1 sobre Fatores de Riscos Psicossociais
A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que trata das disposições gerais e do gerenciamento de riscos ocupacionais, trouxe um avanço importante ao reconhecer os fatores psicossociais como riscos ocupacionais.
Isso significa que aspectos ligados à organização do trabalho, relacionamentos e condições emocionais também devem ser avaliados e controlados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), da mesma forma que riscos físicos, químicos ou biológicos.
Exemplos de fatores de risco psicossociais:
Jornadas excessivas de trabalho
Pressão por resultados sem apoio adequado
Falta de reconhecimento profissional
Conflitos internos e dificuldades de relacionamento
Ausência de apoio organizacional em momentos críticos
Em outras palavras: cuidar da saúde mental dos trabalhadores não é apenas uma boa prática, é uma exigência legal.
A Síndrome de Burnout, Quando o Trabalhador Adoece
A Síndrome de Burnout é um estado de esgotamento físico e emocional diretamente relacionado ao trabalho. Não se trata de falta de força de vontade ou de “fraqueza emocional”: é uma doença ocupacional reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela legislação trabalhista brasileira.
Principais sinais de alerta:
Cansaço extremo, mesmo após períodos de descanso.
Irritabilidade e distanciamento em relação à equipe.
Queda de produtividade e dificuldade de concentração.
Sensação de inutilidade ou desmotivação constante.
Consequências para as empresas:
Afastamentos pelo INSS, gerando custos e sobrecarga em outros colaboradores.
Redução na performance coletiva, já que equipes desmotivadas produzem menos.
Risco de processos trabalhistas, quando comprovada a falta de ações preventivas por parte do empregador.
Reforço importante: Burnout não é frescura. É uma condição real e grave, que exige atenção, prevenção e apoio.
Setembro Amarelo é só o começo
A campanha do Setembro Amarelo é fundamental para dar visibilidade ao tema da saúde mental, mas não pode ser encarada como um esforço isolado de um mês. Para gerar resultados reais, o cuidado com a saúde emocional precisa se transformar em cultura organizacional.
Ações pontuais, como palestras ou posts nas redes sociais, não são suficientes. É necessário ir além, implementando políticas de bem-estar contínuas, oferecendo treinamentos para líderes e equipes, garantindo apoio psicológico e praticando uma gestão humanizada.
O papel dos setores estratégicos:
Liderança: deve ser treinada para identificar sinais de sobrecarga emocional e agir preventivamente.
SST (Saúde e Segurança do Trabalho): precisa estar integrada à saúde mental, cuidando não apenas da prevenção de acidentes físicos, mas também dos riscos invisíveis.
RH: responsável por criar políticas, programas de acolhimento e clima organizacional saudável.
Jurídico: garante a conformidade com as normas e reduz riscos de passivos trabalhistas.
O grande objetivo é criar um ambiente seguro, no qual falar sobre saúde mental não seja tabu, mas sim parte do cotidiano da empresa.
Conclusão
Cuidar da saúde mental dos colaboradores não é apenas um gesto de humanidade, é também uma estratégia inteligente para o futuro da empresa.
Organizações que olham para os riscos psicossociais, promovem bem-estar e constroem uma gestão humanizada colhem resultados em produtividade, engajamento e segurança.
A MeSeg Engenharia está preparada para apoiar sua empresa na implementação de práticas de SST que incluem a saúde mental e os fatores de riscos psicossociais, garantindo conformidade legal e um ambiente de trabalho mais saudável.
Entre em contato com a MeSeg e descubra como aplicar a gestão de riscos psicossociais na sua empresa.
